
O clima esquentou entre o presidente da Câmara Municipal de Feira, Fernando Torres, e a vereadora e futura presidente Eremita Mota. Os dois trocaram acusações e farpas na sessão desta quinta-feira (8). Fernando chegou a revelar supostas chantagens arquitetadas, segundo ele, pelo filho da colega, empresário Yure Guimarães e prometeu processar Eremita.
A chapa esquentou entre o atual e a futura presidente da Casa, após pronunciamento de Eremita. Ela afirmou que o Regimento Interno da Câmara estava sendo ferido e citou o caso dos projetos da suplementação orçamentária, enviado pelo Executivo, e que foram aprovados recentemente.
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Eremita reclamou da falta de tempo e atropelamento de pareceres sobre a suplementação orçamentária. Afirmou que projetos foram aprovados sem parecer da CCJ. "Essa Câmara está sendo tratada como se fosse um departamento pessoal na casa da pessoa (Fernando). Quem pratica coisa errada, um dia responderá. É a lei da vida. Não fica pedra sobre pedra", cutucou Eremita.
Adiante, ela fez a seguinte acusação: "uma pessoa me disse que o presidente proibiu que me entregasse qualquer projeto na CCJ. Sou presidente da Comissão de Constituição e Justiça e isso é grave. Lamento o que está acontendendo nesta Casa. Precisamos tomar providências urgentes para evitar que essas coisas aconteçam. Rasgar o Regimento dessa Casa, desta forma, nunca aconteceu antes"
Fernando pediu aparte à Eremita durante o pronunciamento, mas não teve o pedido atendido. Quando teve a palavra, o presidente da Casa respondeu: "A vereadora deveria ser cortês e me conceder, antes, um aparte, afinal falou da nossa gestão. Vossa excelência nunca falou desta forma de minha da minha gestão. Completo dois anos aqui e vossa excelência sempre me elogiou", disse Fernando.
Mais adiante, Fernando revelou o motivo de ter se afastado do grupo dos 10 vereadores considerados independentes e, inclusive, menciou o nome do filho de Eremita. "Logo após a minha decisão de sair do grupo, pois não estava concordando com algumas coisas, inclusive as chantagens lideradas pelo seu filho (Yure Guimarães), vossa excelência pasou a me tratar diferente. Não vou dizer que me arrependi de ajudar a lhe eleger presidente, porém, se a eleição fosse hoje, não votaria novamente em vossa excelência. A conheci, de verdade, após a eleição. Alguns vereadores me alertaram que vossa excelência é bipolar. Eu até não concordava. Mas, quando vossa excelência diz que trato a Câmara como se fosse uma coisa minha, isso levo como elogio, porque trato mesmo. Tratei a Câmara com a mesma responsabilidade que cuido das minhas empresas, porque aqui é dinheiro público e tem que ter responsabilidade. Quanto à questão que o projeto não foi para a CCJ, eu consultei a Procuradoria e alguns advogados, que orientaram a mandar para a Comissão de Finanças e Orçamento, pois não é da alçada da CCJ. Não é dúvida jurídica. Na Câmara dos Deputados é assim, também", explicou Fernando.
"Inclusive, vossa excelência cometeu um crime gravíssimo: afirmou que nem lê os processos que vão para a CCJ - se inicia um bate-boca entre ambos neste momento. Isso está em ata. A presidente da CCJ afirmou que só faz assinar projetos para não dar problema. Eu não sei se falou sem pensar, mas falou. Então resolvi adotar providências. Vou lhe procesar por isso. Isso dá perda de mandato. Pode ficar com medo, pois vossa excelência falou mesmo. Agora me digam: como eu poderia enviar um projeto tão importante para a CCJ, com uma presidente de Comissão que diz isso?", questionou Fernando.
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