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Crianças autistas participam de ação do Maio Laranja


 Na última sexta-feira (24), o Centro de Referência Municipal para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista Dr. Ildes Ferreira de Oliveira (CER – TEA) adotou uma abordagem lúdica e interativa para ensinar às crianças atendidas pelo equipamento sobre partes do corpo que podem ou não ser tocadas. A ação promovida pela Prefeitura faz parte do ′Maio Laranja′ - campanha de conscientização e combate ao abuso e à violência sexual de crianças e adolescentes. 

A abordagem lúdica e interativa teve como objetivo facilitar o entendimento das crianças sobre o assunto, sendo acompanhada de perto pelos pais e responsáveis. Foram usados desenhos, pinturas e figuras, observando que algumas das crianças atendidas pelo Centro são autistas não verbais. 

Através da dinâmica do “semáforo do corpo”, que trabalha com as cores verde, vermelho e amarelo - em alusão ao semáforo de trânsito - foi mostrado e ensinado em quais partes do corpo outras pessoas podem ou não tocar. 

“Aqui no Centro nós temos algumas crianças que não verbalizam, então temos que explorar esse lado deles trabalhando a questão da emoção. Para isso nós trouxemos figuras, vídeos educativos, porque assim o autista consegue entender melhor dessa forma. A gente trouxe as carinhas de feliz, de tristeza, a questão da dor, e também objetos em forma de criança, sinalização de trânsito, para que eles possam saber quando é siga em frente, um lugar que pode ser tocado, um lugar com atenção maior e um lugar que não pode ser tocado”, explica a coordenadora do Centro, Lucineia Aragão. 

Segundo a psicóloga Lavínia Monteiro, essa terapia representa um passo na inclusão e cuidado com crianças autistas, enfatizando a importância de desmistificar e construir vínculos de confiança sobre toques e partes do corpo com elas. 

“Conscientizar essas crianças faz parte de um trabalho que já fazemos o ano todo, mas que no Maio Laranja a gente enfatiza ainda mais a importância e, principalmente, junto com os pais, para tirar o tabu e desmistificar, além de ajudar na construção de um vínculo com a criança. Nosso objetivo é fazer com que elas entendam sobre esses toques, as partes do corpo, sinalizando onde é certo, onde é errado”, destaca a psicóloga. 

Para a mãe do Nicolas, a dona de casa Antonieta Rodrigues, dedicar um tempo para explicar aos filhos o que pode e o que não pode ser tocado no seu corpo é uma maneira importante de protegê-los e evitar violações. 

“Em casa eu ensino, mas a gente tem que ter também um tempinho para parar, para falar com ele aquilo que pode, que não pode. Então é muito importante a gente vir, estar aprendendo, estar com outras pessoas, e saber da importância disso, o quanto é importante as partes do nosso corpo, que só a mamãe e o papai podem tocar, com exceção de algumas pessoas”, ressalta a dona de casa Antonieta Rodrigues. 

Durante a dinâmica do “semáforo do corpo”, as crianças aprenderam que cabeça e mão podem ser tocadas, mas peito, bumbum e outras partes íntimas não.

“Sim, eu aprendi muito com as dinâmicas. As partes do corpo que podem ser tocadas, cabeça e mão. E as partes do corpo que não podem ser tocadas, como peito e bumbum, entre outras coisas”, reforça Nicolas Rodrigues, de 11 anos. 

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